domingo, novembro 27, 2005

Editoriais de domingo, 27/11

O Haaretz comenta: "As autoridades que devem impor a lei não deixam de lidar com criminosos durante períodos de eleições; e os crimes de construção de assentamentos não deveriam ser exceção à regra. Se o governo, sob Ariel Sharon, é incapaz de evacuar 17 casas no posto de Amona, para as quais ordens de demolição já foram emitidas, é duvidoso que Sharon será capaz de implementar qualquer evacuação na Cisjordânia no futuro. Por anos, o Estado tem colaborado com o roubo de terra e com a construção ilegal nos territórios, e os ministérios generosamente financiaram o comportamento criminoso que serve à ideologia direitista. Se Ariel Sharon realmente mudou seu ponto de vista, ele deve deixar de usar as velhas desculpas para evitar a evacuação. Se os postos militares não forem evacuados durante o tempo em que for primeiro-ministro, se a lei não for aplicada à risca sobre Sharon e sobre o ministro de Defesa (que está tentando acumular um ganho político momentâneo) e se o ministro de Justiça (que entrou no novo partido de Sharon) fizer corpo mole, vai ser difícil demonstrar aos eleitores que Sharon realmente pretende adotar um novo caminho".

O Jerusalem Post escreve: "De acordo com o serviço de empregos do governo, 1.990 dos antigos habitantes de Gush Katif (ou 75% das pessoas em idade de trabalhar) estão desempregados até a presente data. Nenhum dos fazendeiros evacuados foi ainda compensado e nenhum recebeu terras para cultivar... Além de não ter nada do que sobreviver, devem pagar aluguel em casas temporárias, o que significa uma futura redução do pacote de compensação. Se isso não fosse suficiente, a hipoteca das casas demolidas, bem como os prêmios de seguros dessas estruturas são deduzidos regularmente da compensação que a cada família coresponde receber. Essas famílias, tendo ou não colaborado com as autoridades durante a desconexão, são forçadas a continuar pagando as casas que o governo derrubou... Não era assim que a desconexão estava programada. Esses cidadãos, que levaram a pior parte do terrorismo antes de perder tudo no último verão, deveriam chocar a todos, oponentes e apoiadores do plano, igualmente. Não é uma questão de orientação política, mas de decência. Apenas em uma sociedade cruel um governo como esse, incompetente e indiferente - e os apuros que ele gera - podem persistir".

O Yediot Acharonot pergunta quando os eleitores israelenses "vão se convencer de que existe um nó impossível de ser desatado entre movimentos diplomáticos bem-sucedidos e benefícios provados na economia e na segurança?"

O Hatzofeh não acredita que o novo partido do primeiro-minsitro Ariel Sharon, Kadima (avante), conseguirá tantas bancadas como as que as pesquisas apontam que conseguirá. Os editores pedem aos que tradicionalmente apóiam o Likud a não desistir e a estarem preparados para apoiar um novo líder, "que vai levar aqueles que são fiéis à Terra de Israel a novamente governar o Estado de Israel".