terça-feira, novembro 29, 2005

Editoriais de terça, 29/11

O Haaretz comenta: "A reabertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito é um feito para os palestinos, mas não menos para Israel. Do ponto de vista palestino, foi 'a concretização de um pequeno sonho na direção do estabelecimento de um Estado palestino', como o presidente da AP, Mahmoud Abbas, disse na cerimônia festiva de inauguração, na última sexta. Até mesmo os líderes do Hamas - que chegaram a argumentar que a abertura do cruzamento era degradante para o povo palestino - acabaram por achar certo comparecer na cerimônia e participar das comemorações. Do lado israelense, a Defesa chegou a vociferar inicialmente uma série de objeções e preocupações, mas no final das contas o ministro de Defesa Shaul Mofaz acolheu o acordo que permitiu chegar à reabertura da froonteira como uma medida de construção de confiança entre Israel e a AP, com uma importante contribuição egípcia para os arranjos de segurança".

O Jerusalem Post escreve: "Com a recusa, no domingo, da proposta russa, o regime iraniano de crescente beligerância deverá novamente afastar o Irã das melhores iniciativas do ocidente para evitar entrar em confronto com a principal ameaça internacional. A questão é se Israel pode seguir sentada silenciosamente, fingindo que a comunidade internacional está se saindo bem na tentativa de desativar a bomba iraniana... Nesse contexto, chegou o momento de Israel disparar o alarme. O primeiro-ministro Ariel Sharon não deve permitir que nem mesmo as próximas eleições o desviem de fazer uma campanha aberta para que o mundo reconheça a necessidade de brecar o Irã. Israel tem o direito e a obrigação de esclarecer abertamente as implicações globais de um Irã nuclear, e de combater frontalmente a sensação de impotência em evitar que esse pesadelo aconteça".

O Hatzofeh discute os recentes acontecimentos na fronteira norte. Os editores pedem que as Forças de Defesa de Israel demonstrem a máxima prontidão e exigem do primeiro-ministro Ariel Sharon que ele dedique mais atenção aos assuntos de segurança e menos em organizar seu novo partido político.

Finalmente, o Yediot Acharonot acredita que os vários e repetidos apelos para mudar o sistema de governo do país derivam do senso individual israelense de "impotência política". Os editores sugerem que o governo precisa de fato de um "público que genuinamente critique seus movimentos e com quem possa estabelecer uma relação política".