domingo, dezembro 04, 2005

Editoriais de domingo, 4/12

O Haaretz comenta que "acusação e defesa, no caso de Tali Fahima, chegaram a um acordo segundo o qual ela se declara culpada pelas acusações, tendo que servir uma pena de três anos. Na prática, Tali será solta em dez meses, se a corte aprovar o acordo entre acusação e defesa. O final superado do caso de Tali Fahima levanta questões sobre seu início. Quando a acusação contra ela foi apresentada em dezembro de 2004, Tali foi acusada de ajudar o inimigo em tempo de guerra - uma ofensa passível de prisão perpétua... De duas, uma: ou se trata de uma ameaça à segurança nacional ou ela é apenas uma vítima de uma acusação falsa... É difícil acreditar que o Estado esteja disposto a colocar em liberdade dentro de 10 meses uma pessoa que até há pouco estava confinada em uma solitária por conta do perigo que representava... Parece que nesse caso todos se dobraram a considerações falsas de segurança".

O Jerusalem Post menciona que "a decisão do deputado Yossi Sarid de abandonar a vida política deve ser vista de uma forma natural em se tratando de alguém que serviu por 32 anos na Knesset [Parlamento israelense]... Ele termina uma carreira baseada em princípios e ideais de esquerda. Sarid foi um defensor caloroso dos Acordos de Oslo e se opôs à retirada unilateral do Líbano [em 2000], preferindo um acordo negociado com a Síria que incluiria o retorno dos Altos do Golã. Como Sarid disse na quinta, 'me sinto lisonjeado por pelo menos não estar na lista de pessoas que estão saindo de um lado para outro. Estou deixando a política vestindo a mesma camiseta que vestia quando entrei'".

O Hatzofeh insiste no ponto de que "a retirada da Faixa de Gaza não foi tão vital do ponto de vista de segurança" e argumenta que "o Plano de Desconexão não melhorou de fato a situação de segurança de Israel, como o primeiro-ministro prometeu".

O Yediot Acharonot prevê que a luta contra a corrupção vai ser tema recorrente da campanha para as próximas eleições e ainda as considera "papo furado", já que nenhuma das diversas alegações contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ou mesmo a condenação de seu filho, o deputado Omri Sharon (Kadima) tiveram o menor efeito na popularidade que tinham. A conclusão dos editores é a de que o eleitor médio em Israel pouco se importa com corrupção na vida pública.

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot sugere que a lealdade aos partidos entre os eleitores é bem mais frágil do que sempre se acreditou.