segunda-feira, dezembro 05, 2005

Editoriais de segunda, 5/12

O Jerusalem Post escreve: "dois morteiros Qassam abalaram a calma ontem [domingo] no moshav Shuva, na parte ocidental do Negev, perto de Netivot... Até aqui a resposta das Forças de Defesa de Israel ao disparo de mísseis tem sido ineficaz. Disparar de volta, depois que os mísseis e morteiros foram lançados e depois que os terroristas deixaram o local de lançamento não tem sentido. Ainda que nenhum míssel seja disparado, se o arsenal continuar a aumentar o sul de Israel vai se transformar em um refém para os caprichos do inimigo - e as respostas israelenses acabarão sendo inibidas. O que se necessita urgentemente não é um toma-lá-dá-cá, mas uma veemente intolerância a que se faça de novo, no sul, o que negligentemente se permitiu fazer na fronteira norte do país. Mais de cinco anos depois da retirada do Líbano, o Hisbollah ainda não foi desarmado e o Exército libanês ainda não assumiu controle da fronteira - como foi prometido antes da retirada".

O Haaretz comenta que parece que "o maior erro de Peretz [líder trabalhista] tem sido no seu julgamento sobre a essência da campanha para o controle do governo. Na manhã da vitória, as visões políticas que ele elaborou miravam direto ao ponto: ele falou da urgência de negociar com os palestinos para alcançar um acordo e até chegou a rabiscar alguns dos parâmetros de um acordo. Logo depois, ele cuidou de fixar a extensão das suas concessões, com dois parâmetros aceitos pela maioria do público - rejeitou o reivindicado 'direito de retorno' dos palestinos a Israel e a redivisão de Jerusalém. Essas linhas políticas são suficientemente flexíveis para permitir que o Trabalhismo apresente para os eleitores propostas práticas e realistas - ambas prevêem a retomada de negociações bilaterais para a conseqüente implementação de movimentos unilaterais na Cisjordânia; ambas deverão caminhar para liderar uma coalizão governante e para ser um parceiro ativo e influente em uma coalizão liderada por Sharon [primeiro-ministro]. Mas desde que fez essas declarações, Peretz se calou em relação ao conflito. Parece que ele se tornou um prisioneiro da própria propaganda - em outras palavras, a 'agenda social' vai decidir as eleições. Ele deve entender que mesmo alguém que esteja seguro da força de seus argumentos socioeconômicos vai ser exigido, contudo - e com razão - demonstrar que ele serve para o cargo de primeiro-ministro".

O Hatzofeh rende homenagens à integridade do deputado Yossi Sarid, do Meretz [que recentemente anunciou sua saída da política] e recorda seus leitores que Sarid caracterizou o primeiro-ministro Ariel Sharon como "a pessoa mais corrupta na política israelense".

O Yediot Acharonot pede que o Meretz se alinhe ao Trabalhismo, sob a liderança do deputado Amir Peretz.

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot, diz que os "governos de Netanyahu e Sharon" não fizeram nada em favor das cidades em desenvolvimento em áreas periféricas do país. Mas afirma que apesar de que esteja "mancando e sangrando, é ainda muito cedo para elogiar o Likud [partido do qual Ariel Sharon saiu, provocando o chamado para eleições] como um pato que se cozinhará em sua própria sopa".

Ainda o Yediot Acharonot, em seu terceiro editorial sugere que o primeiro-ministro e outros políticos usarão o tema de um Irã nuclear "para desviar as eleições de um caminho socioeconômico" e apressa os eleitores a "se imunizarem contra isso".