segunda-feira, dezembro 26, 2005

Editoriais de segunda, 26/12

O Yediot Acharonot sugere que "em suas campanhas eleitorais anteriores, Ariel Sharon se sobressaiu ao colocar o público para dormir". O jornal acredita que "o desgosto por Ehud Barak (2001) e o sentimento de desespero e desamparo (2003) o ajudaram e Sharon - que conseguiu não ser visto como responsável quando já era primeiro-ministro - conduziu uma campanha sobre nada e ganhou". Na campanha eleitoral atual, os editores reclamam que "uma nação que já não se preocupa está - com números nunca vistos - colocando de bom grado seu destino nas mãos de alguém que não apresentou visão diplomática, social ou de qualquer outro tipo".

O Haaretz escreve que "durante os últimos anos, a polícia israelense tem se beneficiado pelo fato de que a atenção do público tem se dirigido a assuntos diferentes de crimes comuns. O público tem estado mais preocupado com a luta contra o terrorismo. [Mas] os cidadãos de Israel permanecem indefesos diante de crimes metódicos e violentos que têm provocado a morte de pessoas e danos a propriedades. Casas têm sido invadidas; carros, roubados; civis, feridos a bala em casa e na rua. Os cidadãos já não confiam na polícia. Tratam de estabelecer patrulhas comunitárias privadas para eles mesmos - que não têm a autoridade dos policiais para evitar infiltração de estranhos e combater a violência juvenil. A privatização do combate ao crime é um fenômeno perigoso que mostra que o público perdeu sua fé no governo - que deveria prover suas necessidades básicas. A segurança nacional é importante, como a segurança social, mas a base da existência para qualquer comunidade humana é a segurança pessoal. Se a polícia não pode assegurar isso, para que existem, então? E se o governo, que dirige e financia a polícia, não se choca com esses fatos, que uso tem?"

O Jerusalem Post escreve: "Nós, ocidentais, nos desesperamos ao ver os sistemas políticos no Oriente Médio, que vão de teocracias autoritárias ou modelos oligárquicos a alguma variação de governo representativo. Este sentimento sofreu outro baque no sábado, quando o ex-candidato à presidência do Egito Ayman Nour, 41, foi condenado a 5 anos em prisão por (acusações que observadores externos insistem ser forjadas) falsificação. Em toda a região - Síria, Irã, Iraque, Egito e a Autoridade Palestina - os modelos de representação democrática falharam por conta da expulsão de reformistas ocidentalizados tolerantes, intimidados por líderes autocráticos - deixando os demagogos islamistas livres de censura.

O Hatzofeh exige que os israelenses ignorem as opiniões públicas e clama ao Partido Religioso Nacional e ao União Nacional para que concordar em se unir em uma legenda única.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Editoriais de quarta, 21/12

[Os editoriais de ontem serão publicados oportunamente]

O Haaretz comenta que "a vitória de Binyamin Netanyahu nas eleições primárias para o Likud aproxima o partido à extrema direita no mapa político, muito perto de legendas como União Nacional, Israel Beiteinu e Partido Religioso Nacional - os que se opuseram ao plano do primeiro-ministro Ariel Sharon de evacuar a Faixa de Gaza e o norte da Cisjordânia. Esses mesmos partidos gozam de apoio de uma expressiva maioria do público israelense... Ainda não está claro por qual razão Silvan Shalom [ministro de Relações Exteriores, derrotado por Netanyahu nas primárias do Likud] está fazendo em um partido como esse. Com Avigdor Lieberman [União Nacional] esperando que Netanyahu se torne seu número 2, é estarrecedor que Shalom insista em ser o número 2 do número 2 de Lieberman. Durante seus três anos como ministro de Relações Exteriores, Shalom teve uma atuação muito positiva, especialmente na condução de relações diplomáticas entre Israel e o resto do mundo - além da Casa Branca. A melhora na posição de Israel foi alcançada, em grande medida, graças ao desejo do país de retirar-se da Faixa de Gaza e de dialogar com a liderança palestina depois da morte de Yasser Arafat [líder palestino morto em novembro de 2004]. Seria melhor para Shalom não se tentar a deter-se no Likud como número 2, atrás de Netanyahu. Seu lugar natural é o Kadima - como é o lugar de todos que apóiam uma política realista que já não pertence ao Likud. O maior benefício do 'big bang' político recente é a possibilidade de uma reflexão mais precisa das posições fundamentais. Dessa forma, moderados não devem permanecer no Likud - ajudando a obscurecer a imagem que finalmente está se tornando clara".

O Jerusalem Post escreve: "O deputado Azmi Bishara [Assembléia Democrática Nacional] disse ao mundo árabe na semana passada que se deve manter sempre ardendo a brasa do conflito israelo-palestino. Ele disse que não lhe interessa a democracia israelense, que Israel é o produto do 'maior roubo à luz do dia' da história moderna e insistiu que a cidadania israelense não é desejada pelos árabes residentes no país... Na última semana ele ainda viajou para um país inimigo sem permissão - dessa vez o Líbano, sua segunda visita ao país este ano. Em uma palestra que concedeu em uma feira de livros, ele disse sem papas na língua tudo o que quis sobre Israel... Diante das recentes acusações de Bishara contra o Estado que, diretamente ou não, financia suas viagens públicas a território inimigo, talvez seja o momento para que os poderes legislativo e judicial desse país use os direitos de sua democracia para defender o país. Democracias defendem o conceito de 'liberdade de expressão'. Contudo, está implícito nesse conceito que nem todo discurso é protegido ou livre. Ainda que ele seja permitido a manter a cidadania que abertamente desdenha, não vale a pena, pelo menos, analisar se Bishara pode continuar servindo em uma instituição que representa o Estado que ele rejeita veementemente e que quer destruir? Não existem limites para o abuso que nós, como nação, vamos tolerar em nome da objetividade?" [Leia aqui texto relacionado, do Yediot Acharonot]

O Yediot Acharonot comenta sobre a eleição de Binyamin Netanyahu como líder do Likud e candidato a primeiro-ministro e acredita que "Netanyahu pode mudar suas opiniões e expressões mas não sua personalidade - e foram ambos sua personalidade e as características pessoais que o 'mataram' em seu primeiro mandato".

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot sugere que os relatórios sobre o estado de saúde do primeiro-ministro Ariel Sharon [internado no início da semana depois de um derrame leve] poderiam ter sido mais francos. Os editores do jornal lhe desejam uma rápida recuperação.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Editoriais de segunda, 19/12

O Haaretz comenta que as primárias para a liderança do Likud, que ocorrem hoje [segunda], "estão sendo tomadas incorretamente como uma disputa pessoal entre Binyamin Netanyahu, Israel Katz, Moshe Feiglin e Silvan Shalom. Mesmo uma leitura precipitada dos slogans eleitorais dos candidatos mostra que se trata de uma batalha sobre princípios, que determinará a cara do Likud, um partido que precisa buscar um novo caminho e, além disso, participar no discurso israelense - e não ficar alienado a ele... O Likud, que essencialmente perdeu [o primeiro-ministro] Ariel Sharon [que saiu para fundar outro partido, Kadima, em 21 de novembro], deve entender - analisando a péssima colocação que tem nas pesquisas - que o apoio à plataforma extremista não apenas feriu a legenda como também tende a torná-la um legenda sem relevância. O Likud tem, contudo, uma oportunidade de provar para a opinião pública israelense, e especialmente para aqueles eleitores favoráveis aos movimentos políticos de Sharon, que procura ter um impacto na definição da cara do país. É uma oportunidade para que os eleitores do Likud possam dizer a seus líderes que eles não querem ficar para trás na política apenas para continuar brandando slogans vazios. Para tanto, eles precisam eleger como líder do Likud um político que entenda que slogans extremistas não são mais aceitáveis para a maioria do público".

O Jerusalem Post escreve que apesar das "boas notícias sobre o aumento do número de estudantes árabes que tem escolhido participar em programas sobre o Holocausto, está se tornando evidente que isso às vezes se trata de um pretexto para relacionar o extermínio de judeus europeus ao problema dos árabes-israelenses - ou a 'nakba', a catástrofe da criação de Israel... As narrativas judaica e árabe não precisam ser um jogo empatado, especialmente em um momento em que o governo israelense e o consenso já aceitam o estabelecimento de um Estado palestino. Em 1947 [ano da partilha da Palestina pela ONU], imediatamente depois da Guerra [dos Seis Dias] em 1967, durante os acordos de Oslo en 1993, na cúpula de Camp David de 2000 e hoje, os judeus de Israel apoiaram a divisão da terra em troca de paz - e em cada ocasião as propostas foram violentamentes rejeitadas... Esse fato também faz parte da história, e é disonesto que os árabes o ignorem. Árabes-israelenses pertencem a duas nações: aquela da sua história, idioma e religião; e o Estado de Israel, a democracia em que vivem. A liderança árabe-israelense deve escolher entre imbuir sua próxima geração com uma identidade que contraponha as duas identidades nacionais ou, por outro lado, encontrar uma maneira de harmonizar ambas. Nosso sistema educacional não deve - seja por indolência ou para evitar um confronto - abrir mão de influenciar essa escolha".

O Yediot Acharonot se refere aos recentes comentários do deputado Majli Wahabee, membro do Kadima [partido de Ariel Sharon], que rejeitou com desdém a possibilidade de que uma mulher como Tzipi Livni [atual ministra de Justiça e membro do Kadima] poderia tornar-se ministra de Defesa: "Wahabee tem razão. Os israelenses não querem para si um ministro de Defesa, mas um fantoche com graduação, um papai uniformizado que nos vá dizer que tudo anda bem. Esse de fato não é um cargo para uma pessoa séria como Tzipi Livni".

Finalmente, o Hatzofeh acredita que a recente decisão do Congresso norte-americano de se opor à participação do Hamas nas eleições iminentes da Autoridade Palestina e de ameaçar repensar a ajuda financeira para a AP terá pequeno efeito real. O jornal fortemente duvida que o líder da AP, Mahmoud Abbas, vá tomar qualquer ação séria contra o Hamas.

domingo, dezembro 18, 2005

Editoriais de segunda, 18/12

[Os editoriais da semana passada serão publicados oportunamente]

O Jerusalem Post escreve: "Indepentendente de quão bem o Hamas se saia nas eleições, a questão importante para Israel e para a comunidade internacional é se a Autoridade Palestina evita que organizações terroristas - eleitas ou não - operem debaixo dos seus olhos. Se a AP não o fizer, não apenas Israel não deve ter nada a ver com isso, mas a comunidade internacional deve, como sugeriu o Congresso norte-americano, deixar de apoiar a AP diplomática e economicamente. Ninguém pode forçar os palestinos a escolher a paz e o Estado que lhes está sendo oferecido em troca. O que Israel e o resto do mundo podem fazer é forçar os palestinos a escolher entre paz e um Estado, por um lado, ou continuar com a guerra e o terrorismo, por outro".

O Haaretz comenta que "desde o início dos anos 1990, mais de 1 milhão de imigrantes chegaram a Israel vindos dos países da ex-União Soviética. Cerca de um quarto deles, ao redor de 300 mil, não são reconhecidos como judeus pelo Estado de Israel. A maioria não se define como cristãos então, de forma padrão, o Escritório Central de Estatísticas os qualifica como 'outros'... Centenas de milhares de imigrantes designados como 'outros' não pertencem a qualquer seita religiosa reconhecida e, por isso, não podem se casar, se divorciar ou ser enterrados de acordo com uma cerimônia religiosa... O Estado de Israel e seus líderes são moral e publicamente responsáveis pela complicação dos imigrantes não judeus. Os líderes do país devem entender que na ausência de uma solução religiosa conhecida, as conversões não podem mais ser tomadas como um 'bilhete de entrada' à sociedade israelense. Se a conversão estatal não justifica os recursos aplicados a ela e não corresponde às expectativas, então será necessário chegar à conclusão obrigatória e resolver o problema dos imigrantes não judeus de outra forma, por meio de soluções como uniões civis e sepultamentos não religiosos".

O Hatzofeh afirma que o assassinato terrorista de um morador de Beit Hagai, ocorrido na última sexta, "ensina pela enésima vez que relaxar as restrições aos palestinos na situação atual - em que as organizações terroristas continuam a ver a morte de colonos como legítima - coloca a vida dessas pessoas em perigo".

O Yediot Acharonot diz que não importa quem vai vencer as primárias do Likud amanhã [segunda], mas insiste que "o importante é que se assegure a derrota do Comitê Central do Likud".

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot teme o fato de que as eleições estejam sendo desviadas por temas relacionados à segurança em vez de focar em assuntos sócio-econômicos.

Finalmente, o Yediot Acharonot, em seu terceiro editorial, critica o "racismo anti-árabe" de certos torcedores do [time de futebol] Betar Jerusalém.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Editoriais de quinta, 8/12



[O resumo dos editoriais de quarta será publicado oportunamente]

O Haaretz comenta: "O primeiro-minsitro deve emitir hoje, com o consentimento do presidente, uma ordem para a dissolução da Knesset [Parlamento israelense]. Desde que se publicou a ordem, o governo tem sido 'de transição'. O objetivo do governo é o de 'manter' o Estado durante o período de mudanças até a eleição de um governo que tenha a confiança da Knesset. O governo de transição tem a função de gerenciar os assuntos do país para garantir uma continuidade administrativa durante os diversos meses do 'período de penumbra' - período que na Inglaterra, por exemplo, dura apenas três semanas. A realidade política atual, com a formação de um novo partido pelo primeiro-ministro, e com a rivalidade dentro de um mesmo partido entre os ministros de Defesa e da Fazenda, pode criar um grave obstáculo para o funcionamento do governo - cujos membros são coletivamente responsáveis por liderar o país... A situação político-constitucional sem precedentes que se vê tem exigido - antes de mais nada de Sharon - uma vigilância extra com relação aos interesses do país. Sharon não deve explorar seus poderes especiais durante esse período em favor de sua campanha eleitoral".

O Jerusalem Post escreve que "Como afirmou Talia Sasson a esse jornal em entrevista publicada na quarta, o único obstáculo para a prometida remoção dos postos ilegais é uma falta de vontade política. Tali é autora de um relatório oficial sobre a complicação legal que permitiu a criação de dezenas de psotos ilegais do exército. Por que ela diria isso? Porque desde a entrega do relatório, que foi autorizado pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, o governo não desmantelou nenhum posto ilegal... A indolência do governo quando se trata desses postos pode ser facilmente negligenciada quando enfrentamos ainda muito perigos mais imediatos. Mas como se explica outra promessa não cumprida que está literalmente ameaçando nossas vidas? Mais de quatro anos desde a decisão do governo de erguer a cerca de segurança e mais de dois anos desde que se prometeu concluir a construção até o final deste mês, apenas cerca de 40% da estrutura está de pé... O fato é que não existe momento inadequado para que o governo mantenha sua palavra e se atenha à lei. A verdade é que qualquer atraso só serve para minar a habilidade do governo de funcionar e manter a ordem que preserva qualquer sociedade. Nem mesmo medidas extraordinárias são exigidas".

O Yediot Acharonot sugere que a decisão de Tzahi Hanegbi [líder do Likud na Kneset que se uniu ao partido Kadima] de deixar o Likud "prova, de fato, quão grande é a crise no Likud". O jornal acredita que se trata de uma "crise ideológica aguda, que indica o abandono de um sonho de 80 anos, abrindo mão de ideais nacionais baseadas nas quais gerações foram criadas e pelas quais pessoas pagaram com suas vidas".

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot, adverte sobre o perigo de se confiar demasiadamente em pesquisas de opinião pública anteriores às eleições.

Finalmente, o Hatzofeh exige penas severas para "negociantes sem escrúpulos que falsificam certificado de kashrut [leis alimentares judaicas] em produtos alimentares".

[Voltamos no domingo]

terça-feira, dezembro 06, 2005

Editoriais de terça, 6/12

O Yediot Acharonot discute a ameaça nuclear iraniana e duvida que o Conselho de Segurança da ONU vai ser capaz de tomar ações efetivas. Os editores acreditam que "no final, Israel não terá escolha senão implementar uma opção militar para prevenir a concretização do pesadelo de um fanático islâmico equipado com armas nucleares". O jornal ainda declara que "enquanto bombardear as instalações nucleares do Irã a partir do ar não é nem prático, nem desejável, Israel não pode se permitir descartar totalmente outros assaltos significativos às capacidades nucleares do Irã, como eliminando o elo entre a cadeia de abastecimento e a produção". O jornal sustenta também que "Israel deve interromper a corrida nuclear iraniana com ou sem a ajuda do mundo esclarecido. O país não pode aceitar essa condição [de um Irã nuclear]". Para os editores do Yediot Acharonot "o Irã de 2005 é um Estado ignorante, violento e ditatorial que abertamente exige a eliminação de Israel".

O Haaretz comenta que "mal começaram as campanhas para as eleições e o deputado Binyamin Netanyahu já conseguiu fazer uso eleitoreiro de um dos temas de segurança mais sérios: os esforços incessantes do Irã de desenvolver armas nucleares. Enquanto outros candidatos escolheram cuidadosamente os termos para falar desse assunto, Netanyahu, que procura chegar à liderança do Likud, avisou - em entrevista à Rádio Israel esta semana - que se for eleito primeiro-ministro tomará medidas militares pesadas para evitar que o Irã consiga uma capacidade nuclear... Qualquer um que recomente uma opcção militar de Israel erra duplamente: incita desnecessariamente o público no país; faz com que Israel pareça estar pressionando os EUA a uma nova guerra; usa esse tema sensível na retórica da campanha eleitoral; e busca ameaças iranianas e diversas reações contra Israel. Israel deve se preparar [para enfrentar o assunto] em silêncio e segurança, e não em meio à corrida eleitoral".

O Jerusalem Post escreve que "é difícil de imaginar um povo em cuja opinião se explodir entre uma multidão de pessoas inocentes não é considerado um ato bárbaro. É ainda difícil escapar da impressão de que os palestinos, ainda hoje, continuam a ser um povo assim... A percepção de que os palestinos reivindicam a si mesmos o direito de impor e executar pena de morte a qualquer homem, mulher ou criança israelense nos diz que, aos olhos palestinos, não temos direito à existência. O que o presidente do Irã e os líderes do Hamas, da Jihad Islâmica e do Hizbollah dizem abertamente - que Israel deveria ser 'varrida do mapa' - os ataques terroristas claramente tentam colocar em prática... Se o público palestino tem aversão moral ao terrorismo perpretado em seu nome, ainda tem que fazer uma condenação completa".

O Hatzofeh comenta sobre a corrupção no sistema político e declara que "chegou o momento de livrar a sociedade de elementos indesejáveis que estão manchando a honra do Estado de Israel na Terra de Israel antes que seja tarde demais".

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Editoriais de segunda, 5/12

O Jerusalem Post escreve: "dois morteiros Qassam abalaram a calma ontem [domingo] no moshav Shuva, na parte ocidental do Negev, perto de Netivot... Até aqui a resposta das Forças de Defesa de Israel ao disparo de mísseis tem sido ineficaz. Disparar de volta, depois que os mísseis e morteiros foram lançados e depois que os terroristas deixaram o local de lançamento não tem sentido. Ainda que nenhum míssel seja disparado, se o arsenal continuar a aumentar o sul de Israel vai se transformar em um refém para os caprichos do inimigo - e as respostas israelenses acabarão sendo inibidas. O que se necessita urgentemente não é um toma-lá-dá-cá, mas uma veemente intolerância a que se faça de novo, no sul, o que negligentemente se permitiu fazer na fronteira norte do país. Mais de cinco anos depois da retirada do Líbano, o Hisbollah ainda não foi desarmado e o Exército libanês ainda não assumiu controle da fronteira - como foi prometido antes da retirada".

O Haaretz comenta que parece que "o maior erro de Peretz [líder trabalhista] tem sido no seu julgamento sobre a essência da campanha para o controle do governo. Na manhã da vitória, as visões políticas que ele elaborou miravam direto ao ponto: ele falou da urgência de negociar com os palestinos para alcançar um acordo e até chegou a rabiscar alguns dos parâmetros de um acordo. Logo depois, ele cuidou de fixar a extensão das suas concessões, com dois parâmetros aceitos pela maioria do público - rejeitou o reivindicado 'direito de retorno' dos palestinos a Israel e a redivisão de Jerusalém. Essas linhas políticas são suficientemente flexíveis para permitir que o Trabalhismo apresente para os eleitores propostas práticas e realistas - ambas prevêem a retomada de negociações bilaterais para a conseqüente implementação de movimentos unilaterais na Cisjordânia; ambas deverão caminhar para liderar uma coalizão governante e para ser um parceiro ativo e influente em uma coalizão liderada por Sharon [primeiro-ministro]. Mas desde que fez essas declarações, Peretz se calou em relação ao conflito. Parece que ele se tornou um prisioneiro da própria propaganda - em outras palavras, a 'agenda social' vai decidir as eleições. Ele deve entender que mesmo alguém que esteja seguro da força de seus argumentos socioeconômicos vai ser exigido, contudo - e com razão - demonstrar que ele serve para o cargo de primeiro-ministro".

O Hatzofeh rende homenagens à integridade do deputado Yossi Sarid, do Meretz [que recentemente anunciou sua saída da política] e recorda seus leitores que Sarid caracterizou o primeiro-ministro Ariel Sharon como "a pessoa mais corrupta na política israelense".

O Yediot Acharonot pede que o Meretz se alinhe ao Trabalhismo, sob a liderança do deputado Amir Peretz.

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot, diz que os "governos de Netanyahu e Sharon" não fizeram nada em favor das cidades em desenvolvimento em áreas periféricas do país. Mas afirma que apesar de que esteja "mancando e sangrando, é ainda muito cedo para elogiar o Likud [partido do qual Ariel Sharon saiu, provocando o chamado para eleições] como um pato que se cozinhará em sua própria sopa".

Ainda o Yediot Acharonot, em seu terceiro editorial sugere que o primeiro-ministro e outros políticos usarão o tema de um Irã nuclear "para desviar as eleições de um caminho socioeconômico" e apressa os eleitores a "se imunizarem contra isso".

domingo, dezembro 04, 2005

Editoriais de domingo, 4/12

O Haaretz comenta que "acusação e defesa, no caso de Tali Fahima, chegaram a um acordo segundo o qual ela se declara culpada pelas acusações, tendo que servir uma pena de três anos. Na prática, Tali será solta em dez meses, se a corte aprovar o acordo entre acusação e defesa. O final superado do caso de Tali Fahima levanta questões sobre seu início. Quando a acusação contra ela foi apresentada em dezembro de 2004, Tali foi acusada de ajudar o inimigo em tempo de guerra - uma ofensa passível de prisão perpétua... De duas, uma: ou se trata de uma ameaça à segurança nacional ou ela é apenas uma vítima de uma acusação falsa... É difícil acreditar que o Estado esteja disposto a colocar em liberdade dentro de 10 meses uma pessoa que até há pouco estava confinada em uma solitária por conta do perigo que representava... Parece que nesse caso todos se dobraram a considerações falsas de segurança".

O Jerusalem Post menciona que "a decisão do deputado Yossi Sarid de abandonar a vida política deve ser vista de uma forma natural em se tratando de alguém que serviu por 32 anos na Knesset [Parlamento israelense]... Ele termina uma carreira baseada em princípios e ideais de esquerda. Sarid foi um defensor caloroso dos Acordos de Oslo e se opôs à retirada unilateral do Líbano [em 2000], preferindo um acordo negociado com a Síria que incluiria o retorno dos Altos do Golã. Como Sarid disse na quinta, 'me sinto lisonjeado por pelo menos não estar na lista de pessoas que estão saindo de um lado para outro. Estou deixando a política vestindo a mesma camiseta que vestia quando entrei'".

O Hatzofeh insiste no ponto de que "a retirada da Faixa de Gaza não foi tão vital do ponto de vista de segurança" e argumenta que "o Plano de Desconexão não melhorou de fato a situação de segurança de Israel, como o primeiro-ministro prometeu".

O Yediot Acharonot prevê que a luta contra a corrupção vai ser tema recorrente da campanha para as próximas eleições e ainda as considera "papo furado", já que nenhuma das diversas alegações contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ou mesmo a condenação de seu filho, o deputado Omri Sharon (Kadima) tiveram o menor efeito na popularidade que tinham. A conclusão dos editores é a de que o eleitor médio em Israel pouco se importa com corrupção na vida pública.

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot sugere que a lealdade aos partidos entre os eleitores é bem mais frágil do que sempre se acreditou.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Editoriais de quinta, 1/12

O Haaretz comenta: "Alguns vêem os resutados da Conferência de Barcelona, que terminou esta semana, como um sinal de mudanças essenciais na atitude européia com relação a Israel: Estados árabes exigiram que se colocasse no documento oficial final, 'Código de conduta na reação contra o terrorismo' o direito à autodeterminação e à objeção à ocupação. Israel recusou. Quando se tentou incluir na redação os termos de que o direito à autodeterminação não justifica terror e violência, foi decidido deixar de lado uma declaração conjunta para que se pudesse publicar uma só declaração condenando o terrorismo 'em todas as suas formas e manifestações'. Deve-se lembrar que apesar da excitação, os europeus não trocaram seus conceitos básicos: a declaração européia de Barcelona ainda pede que os lados conduzam um diálogo direto, expressem o compromisso de voltar ao Mapa de Rotas e a idéia de trocar território por paz, e chega a mencionar a Declaração de Beirute de 2002 (que os palestinos interpretam, entre outras coisas, como um reconhecimento do seu 'direito de retorno')".

O Hatzofeh não se surpreende pelo fato de que a jornalista Shelly Yachimovich e o professor Uriel Reichman se uniram ao Trabalhismo e ao partido Kadima [nova legenda de Ariel Sharon], respectivamente. Os editores acreditam que a jornalista é uma esquerdista radical e que o professor, um secularista radical. O jornal clama rabinos líderes de movimentos religiosos sionistas a se envolverem mais ativamente na mediação de um acordo entre o Partido Religioso Nacional e a União Nacional [ambas as legendas são formadas por judeus ortodoxos] a montarem um partido único.

O Yediot Acharonot compara a carreira política de Ariel Sharon com a de Charles DeGaulle [ex-presidente da França].

Ainda o Yediot Acharonot, em seu segundo editorial, comenta a respeito do crescimento do partido Meretz e afirma que a mudança de direção esperada do líder do Trabalhismo Amir Peretz para o centro - com a intenção de atrair eleitores mais moderados - "é a razão pela qual o Meretz é vital como partido".

[Voltamos no domingo]