segunda-feira, dezembro 26, 2005

Editoriais de segunda, 26/12

O Yediot Acharonot sugere que "em suas campanhas eleitorais anteriores, Ariel Sharon se sobressaiu ao colocar o público para dormir". O jornal acredita que "o desgosto por Ehud Barak (2001) e o sentimento de desespero e desamparo (2003) o ajudaram e Sharon - que conseguiu não ser visto como responsável quando já era primeiro-ministro - conduziu uma campanha sobre nada e ganhou". Na campanha eleitoral atual, os editores reclamam que "uma nação que já não se preocupa está - com números nunca vistos - colocando de bom grado seu destino nas mãos de alguém que não apresentou visão diplomática, social ou de qualquer outro tipo".

O Haaretz escreve que "durante os últimos anos, a polícia israelense tem se beneficiado pelo fato de que a atenção do público tem se dirigido a assuntos diferentes de crimes comuns. O público tem estado mais preocupado com a luta contra o terrorismo. [Mas] os cidadãos de Israel permanecem indefesos diante de crimes metódicos e violentos que têm provocado a morte de pessoas e danos a propriedades. Casas têm sido invadidas; carros, roubados; civis, feridos a bala em casa e na rua. Os cidadãos já não confiam na polícia. Tratam de estabelecer patrulhas comunitárias privadas para eles mesmos - que não têm a autoridade dos policiais para evitar infiltração de estranhos e combater a violência juvenil. A privatização do combate ao crime é um fenômeno perigoso que mostra que o público perdeu sua fé no governo - que deveria prover suas necessidades básicas. A segurança nacional é importante, como a segurança social, mas a base da existência para qualquer comunidade humana é a segurança pessoal. Se a polícia não pode assegurar isso, para que existem, então? E se o governo, que dirige e financia a polícia, não se choca com esses fatos, que uso tem?"

O Jerusalem Post escreve: "Nós, ocidentais, nos desesperamos ao ver os sistemas políticos no Oriente Médio, que vão de teocracias autoritárias ou modelos oligárquicos a alguma variação de governo representativo. Este sentimento sofreu outro baque no sábado, quando o ex-candidato à presidência do Egito Ayman Nour, 41, foi condenado a 5 anos em prisão por (acusações que observadores externos insistem ser forjadas) falsificação. Em toda a região - Síria, Irã, Iraque, Egito e a Autoridade Palestina - os modelos de representação democrática falharam por conta da expulsão de reformistas ocidentalizados tolerantes, intimidados por líderes autocráticos - deixando os demagogos islamistas livres de censura.

O Hatzofeh exige que os israelenses ignorem as opiniões públicas e clama ao Partido Religioso Nacional e ao União Nacional para que concordar em se unir em uma legenda única.