segunda-feira, janeiro 02, 2006

Editoriais de segunda, 2/1

O Haaretz escreve: "o seqüestro de estrangeiros que vieram à Faixa de Gaza para ajuda os palestinos se transformou em uma rotina. A perda de um sentido de segurança em primeiro lugar atinge a população civil palestina, lança uma pesada sombra à Autoridade Palestina e traz sérias dúvidas sobre sua capacidade de governar, de desenvolver uma sociedade civil e de estabelecer um estado. Nesse ínterim, mísseis Kassam continuam caindo em comunidades e alvos israelenses. A Jihad Islâmica ameaça deixar de aderir a um acordo interno palestino de não fazer ataques contra Israel. Os que lançam os mísseis estão tentando, entre outras coisas, atingir Ashkelon e alvos especialmente estratégicos, como a estação de energia ou fábricas de desalinação. É difícil de acreditar que um estado soberano aceite ser alvo de mísseis Kassam sem reagir. Claramente, não há qualquer intenção de reocupar territórios na Faixa de Gaza. Israel também tem se negado a fazer operações massivas na região. Mas não se pode imaginar o que vai acontecer se continarem a disparar mísseis ou se os disparos se intensifiquem. Israel tem o direito de se defender, mas tem que se assegurar de que as reações serão calculadas e proporcionais. O país deve ainda garantir que as reações não infringem a lei internacional. Tanto o governo como o alto comando do Exército sabem que qualquer ataque desnecessário contra a população palestina poderá fortalecer os grupos radicais palestinos, como a Jihad Islâmica".

O Jerusalem Post escreve: "Ontem [domingo], três mísseis Kassam foram lançados de fora da zona de proibição [no norte] da Faixa de Gaza e caíram na área ocidental do deserto do Negev. Ataques de mísseis, ainda que sejam estatisticamente bem menos letais do que outras formas de terrorismo, não podem ser considerados simplesmente como uma chateação. A intenção óbvia da retirada de Gaza não era retornar alguns meses depois, mas a de transferir o peso de acabar com o terrorismo ao ombros da liderança palestina. Para se esquivar dessa responsabilidade, a AP está cada vez mais apontando sua própria fraqueza. A desintegração evidente da AP parece ter levado a uma concepção internacional não mencionada de que os palestinos não podem ser considerados responsáveis por esmagar o terrorismo, ou que deve ser 'ajudado' a fazê-lo com mais apoio financeiro e diplomático. O resultado, contudo, é que quanto mais impotente a AP parece - ou de fato é -, Israel responderá mais com ações militares e a comunidade internacional, com assistência à AP, ambos tirando da AP a necessidade de agir sozinha. Nesta situação, Israel e a comunidade internacional devem decidir se farão um último esforço de tentar o intentado: considerar a AP responsável".

O Yediot Acharonot elogia as medidas de combate ao crime anunciadas ontem [domingo] no encontro do gabinete mas afirma que "Israel necessita, de fato, muito mais que isso", exigindo uma revisão completa das políticas com relação a trabalhadores estrangeiros e seus filhos.

Em seu segundo editorial, o Yediot Acharonot ridiculariza a declaração do ministro de Defesa Shaul Mofaz de que ele apontou um comitê para lidar com as ações de desarraigar oliveiras palestinas na Judéia e Samária.

Finalmente, em seu terceiro editorial, o Yediot Acharonot comenta sobre a festa de gastâncias do dono do clube Beitar Jerusalém para comemorar o ano novo.

O Hatzofeh afirma que enquanto o líder da Autoridade Palestina Abu Mazen está provando ser tão duas-caras quanto seu antecessor Yasser Arafat, ele consegue ser melhor que Arafat em manipular a opinião do ocidente em vantagem dos palestinos e contra Israel. Os editores acusam o governo de capitular a ditatura norte-americana "e o preço disso - pessoas mortas e feridas por terroristas contra quem Abu Mazen não faz nada".

+ Aconselhamos a leitura, em inglês, do artigo Middle Israel: Not just another year, do Jerusalem Post, de Amotz Asa-El, que faz um resumo dos acontecimentos do ano que se encerrou no fim de semana aqui no Oriente Médio.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Gabo! Confesso que faziam 9 dias que não entrava neste blog, mas hj entrei em busca dos editoriais desta problemática de saúde do Sharon... e nada! Avise quando postar!!

11:36 AM  
Anonymous Anônimo said...

mas... e as atualizações???

8:35 AM  

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